GRADES DE SOLIDÃO


Dentro da redoma silenciosa em que vivo, apenas tua lembrança mantém minha lucidez.
És como uma luz a brilhar entre as trevas. Divago na tristeza de estar só, de não ter - te ao meu lado nesses momentos de tão crucial saudade, quando lembro dos momentos em que, juntos, todo o universo parecia envolto por um véu róseo e brilhante; os pássaros nos acordavam com seus trinados maviosos, pousados em nossa janela, e os beija - flores vinham sugar o néctar das flores que, perfumadas, embalsamavam o ar no nosso jardim, ao nascer do Sol, após uma noite de amor apaixonante...
Eu acordava com a força do teu olhar
a me fitar ou com a maciez dos teus lábios, roçando levemente, os meus... tudo era encantamento quando me tomavas em teus braços e me beijavas ardentemente, acariciando meu corpo, abrasando minha pele, despertando paixões delirantes com toques mágicos como só tu sabias fazer...
prelúdios prolongados, êxtases intermináveis,
inesquecíveis...eras meu macho e eu tua fêmea... e não nos importaria que o mundo girasse ao contrário, naqueles momentos de fantasia e loucura...
Hoje... hoje apenas sonhos do que vivi contigo numa época feliz da minha vida, mas que me incendeia o sangue à lembrança de cada detalhe, pois o tempo, nem tanto, assim, passou, mas o meu amor por ti, jamais...ainda espero que voltes, que me libertes dessas grades de solidão, sombras e silêncio em que me deixastes, quando partistes, sem querer, por um simples e tolo mal entendido que sei, o tempo esclarecerá...
Arianne Evans
Enviado por Arianne Evans em 29/09/2005
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