Réquiem. Ou eflúvios de poeta
De repente, à galope, salta o "u" do papel e vem rasgar-me a garganta. Gargalham vogais pontiagudas da minha angústia agora sem palavras. Agonizo em sangue insosso, sem idioma; enquanto letras gozam gotas insípidas em minha boca.
Voa em pausa e pousa no papel uma violeta, borboleta em tom de "v".
(Vertigem!)
Vira gaivota e voa novamente.
Foge ao tato vago um verso.
Urgem as vogais vociferando em vozes úmidas: "velório..."
Um cálice de volúpia e foram decepados meus dedos. Um tácito minuto último e no véu me é envolto o corpo.