A janela
 
 
Era quase meia noite, inicio de um novo dia, - seria mesmo preciso nascer aos olhos este novo dia? perguntava ela com os olhos fixos no teto.
Não conseguia dormir desde aquele fatídico momento em que ouviu da voz que mais acreditara um sonoro e impetuoso adeus.
O que havia acontecido para que ele a deixasse sem nenhuma explicação, por mais que ela rememorasse momentos, não conseguia um só motivo para o que havia acontecido.
Desde que se conheceram era só encantamento, dias compartilhados intensamente, noites completas na intimidade daquele mesmo quarto que agora estava tão frio.
Ta certo que se conheceram a apenas uma semana, num bar em que ela supostamente trabalhava de garçonete.
Quando cruzaram os olhos foi como um fogo a queimasse por dentro e ele talvez tivesse sentido o mesmo por que se aproximou e depois de breve conversa subiram para o quarto e só se separaram com o seco adeus, depois de  terem trocado juras de amor e promessas de uma vida juntos.
Uma lágrima fria a despertou do transe, a realidade estava ali, diante dela, quem era para ser acreditada ou verdadeiramente amada?, mulher de muitos e de nenhum era isso que fôra até então.
Enxugou a lágrima solitária, com esforço se levantou, abriu a janela. olhou para a lua ninguante como ela, perdida na imensidão do céu...
Amanhã seria apenas mais uma nota na página policial de algum jornal imundo.
 
Jataí.GO
03.06.07