NÃO TE ENGANES
Olha-te no espelho!
O que vês?
A juventude passada, ou os sulcos do tempo cavados em tua beleza?
Não te enganes!
De nada adiantará guardares o vergel que cultivaste,
Se não aproveitares a sombra da árvore do primeiro amor,
Há muito plantada e que ainda viceja frondosa.
Não te negues ao prazer! Vás e aproveita!
Depois volte ao espelho e vejas que a doçura pródiga do amor te
fará mirar em direção oposta ao teu inverno,
Focando, sim, a primavera que vivestes,
Cujos perfumes ainda emanam de ti.