Minha Musa
Minha musa não toca flauta, nem é grega,
Mas me deleita ouvi-la, como se Euterpe fosse.
Ela dança em meus sonhos, rodopiando como Terpsícore,
E me encanta seu canto, que purifica os sentimentos,
Tal qual nas tragédias inspiradas por Melpômene.
Mas é também festiva, bucólica e faz rir como Tália,
E tendo a voz inebriante e a eloquência de Calíope,
Conta histórias da mesma forma que Polímnia.
Sem ser Urânia, namora a lua e as estrelas, seduzindo-me com seu olhar celestial, além de celebrar meu parco talento, como proclamaria Clio os grandes feitos, fazendo com que me sinta especial.
Mas, sobretudo, como Érato, consegue despertar em mim sonhos de amor e eróticos desejos.