Secreta cor da tarde ...
Num passado de aventuras,
leviano coração conheceu tantos amores por aí...
nos braços do prazer infinito, de corpo e alma se entregou...
Quando o fulgor das noites luminosas se apagou,
naufragou na tristeza de promessas enganosas...
dum amor doído, incontido,
saudade tanta que até doía, trincou rosas...
Há quanto tempo não lhe ardia o coração?
Respira em sua garganta pele desconhecida...
Curar-se de tamanho frenesi? Tarde demais!
Perdido, a si mesmo procura, quer esvaziar a alma...
Sob a secreta cor da tarde toma dum violão,
dum fio inerte,
palavras sentidas, arranca-as:
Doçura amarga dos poentes ...
Emoções recriadas. Beleza extrapolando trevas...
Tango triste esvai-se. Gemidos roucos, intensos...
Machucando com jeitinho, reencontro de ilusões...
Num mundo sonoro e nítido e denso,
dança sozinho no meio da sua solidão...
faz pulsar corações com o amargor das suas melodias...
Música: How Can I Go On (Freddie Mercury and Montserrat Caballe)
(*) Imagem: Google
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Cometários/interações que à pagina enfeitam, faz brilhar...
De Poeta Carioca:
"Assim, secretaram os amantes um decreto na noites, de suas mesmas noites, nos suores e resplendores do amor...
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De gajocosta:
"Tudo é melancolia de grande beleza poética. Saudosismo que dói, o tardio de nossas ações inconsequentes, do prazer fugidio. Ao amadurecermos, visita-nos o arrependimento... Mas, como j´dizia o Pessoa, "Tudo vale a pena, se a alma não é pequena.". Mas ela cresce aos poucos...