Administrar sentimento bom numa sociedade de várias faces não é empreitada para qualquer um não. Às vezes tentando apenas praticar o bem a gente faz mal a gente mesma. Erramos ao ser mais duro com aquilo que foge aos nossos costumes, ao utilizar palavras ríspidas para aplacar ânimos do momento, fixando à ideia de que “Coração dos outros é terra que ninguém pisa”.
Promovíamos reunião familiar nos finais de semanas na ampla cozinha da fazenda, tentando buscar com valores análogos direção para os nossos sentimentos, eu já percebia, apesar da pouca idade a complexidade inerente à convivência. Eu precisava de maneira mecânica controlar minhas emoções para não ouvir o que não queria de meus próprios irmãos, amar-nos mutuamente. Do contrário seria: “Choro eu chora voce”.
Ouvimos de familiares e pessoas do nosso relacionamento desde criança que “Coração dos outros é terra que ninguém pisa”. Eu achava muito legal. Pensava que a pessoa que criara esse slogan era por demais inteligente e realmente eu estava certo, pena que não dava amplo direito de defesa quem estivesse do lado de fora no sentido de se prevenir contra qualquer mudança de comportamento emocional. Era simplesmente uma lei natural de si para si, como quem diz: “não quer ouvir a resposta então não pergunta”.

"Amai-vos uns aos outros"
 
 
De súbito nos encontramos no meio do fogo cruzado, cheio da incontrolável vontade de “provar por a mais b,” que coração dos outro é terra que se viaja sim.
Comportamento não maleável constrói muros que entre nós não se edificam – iguais e tão perigosos quanto o muro de Berlim nos anos de 1900. Assistimos um misto de má vontade, ego inflado, alta afirmação e afeição ao confronto, não querendo ouvir nem saber da necessidade dos outros, visando simplesmente o desejo de atropelar nações, cultura e história pela intolerância. No entanto, é necessário nos colocar a disposição para compreender; entender o ser humano e toda carga que o acompanha, para saber até onde ele pode ir e que mesmo cometendo erros seja possível sua recuperação porque “Coração dos outros é terra que ninguém pisa”.