Sonhos andarilhos.

Cessam os ruídos ao entardecer. O sol despede-se para que tudo se cale... Vai-se o sono das noites e os sonhos viram andarilhos pelos espaços, caminhos... O sangue transforma-se em uma espécie de chama quente e ardorosa, pulsa em ritmo incontrolável e quase sufocante.

Por que as noites têm madrugadas e são escuras? E por que são silenciosas?

A madrugada aproveita a escuridão, deixa-se beijar pelos silêncios e penetra nas mentes amantes para que se deixem amar. Saem a vagar, pelas almas distantes, os desejos e os sonhos para aplaudir os encontros que enfrentem os céus e desafiem o mar.

Incansável viajante à procura de descanso, a alma viaja querendo um abraço que a sacie, que exale um perfume de desejo... A necessidade do chegar, o prazer de estar junto...

O encontro de espíritos é tão forte, que os corpos estremecem e provocam prazeres, latejam suor, penetram em audazes viagens sem terra e sem ar.

E a noite, como manto de paz, deslumbra esta guerra de emoções e de batalhas renhidas, de sangue latente acelerando os sentidos pela vitória de mãos que acariciam e seduzem.

Tudo acontece...

Dormindo e acordando, sonhando sonhos de êxtases e milagres.

Ida Satte Alam Senna
Enviado por Ida Satte Alam Senna em 13/08/2007
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