A Caixa de Pandora

Todos nós portamos dentro de nossos peitos,
uma caixinha cheia de infinitas surpresas
com os mais recônditos e secretos segredos
a somente alguns poucos, talvez no leito,
permitimo-nos revelá-los, expormos na mesa,
o que por vezes nos causa tanto medo...

Muitos deles, guardados desde que criança,
como o ensejo de sambar à frente de um bloco
e não concretizados por ser uma docente,
mantendo, contudo, consigo a esperança
de um dia realizar o sonho que como um floco
de algodão etéreo flutua em sua mente...

Lúdica, vestiu o lingerie de oncinha
e o despiu para o amado como felina,
lacerando-lhe as costas, como gosta,
com as unhas escrevendo as linhas
do amor guardado desde que menina
e que somente agora assim se mostra...

Da Caixa de Pandora, guardada ao canto,
primeira das mulheres criada por Zeus,
em que contidos todos os males do mundo,
desconhecida para os tantos, no entanto,
restava o bálsamo dos braços seus,
prêmio maior para quem mergulhou fundo.

Diz-se que é a origem das tragédias humanas,
nela contida somente um dom, a esperança,
em meio ao arsenal de desgraças, da guerra,
das doenças do corpo e das mentes insanas,
onde havemos de fenecer como eternas crianças
ao final de mais esse ciclo que ora se encerra.
LHMignone
Enviado por LHMignone em 21/08/2017
Reeditado em 12/04/2018
Código do texto: T6090709
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