Cheiro de rua na manhã

Cheiro de rua na manhã ensolarada. Trafegam emoções nos vãos das escadas e os prédios se lotam de pessoas apressadas.

Movimento pós noite para se ganhar o pão de cada dia.

Outros para se fartarem de fazer riquezas. E a vida passa a galope.

Tem gente dormindo nas esquinas, cobertas por jornais de notícias tristes. Lê-se isso sobre o corpo delas.

Classes divididas, humanos separados da essência divina.

Segue-se a rotina nas rodas dos veículos e na poluição de cada dia.

O sol descansa em calor na sua cama que gira, o asfalto transpira, as pessoas contraem o hábito de não estarem nem aí.

Nada de cumprimentos e nem abraços e lá se vai o trem na mesma linha. O que faz a diferença são os pássaros, que cantam na mesma sinfonia e não são notados.

É o passo matinal na mesma cadência musical, toda sem ritmo; e não são dados, a se apressarem para serem solidários.

O mundo precisa de abraço, de natureza, de cidade cheia, mas com verdades dizendo. De pessoas lindas na essência e na pureza,

de chuva levando mágoas.

De rios correndo para deságue na multidão

que não se lava há muito tempo.

Passa uma brisa e leva com ela, apenas o cheiro de rua na manhã. Mas ainda assim o sentimos intensamente depois dela.

Takinho
Enviado por Takinho em 10/10/2017
Reeditado em 24/08/2020
Código do texto: T6138287
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