RIO DE SONHOS

O tempo passa a minha frente, e fica a imagem do passado, como as águas que correm rio a baixo. Passam devagar ou apressadamente, mas invariavelmente, passam. O presente se perde ao se especular demais como aproveitá-lo, nesse pequeno espaço de tempo , o que poderia ser, perdeu-se na inércia da memória e da coragem. As águas que se foram não voltam mais, misturam-se, mudam o sabor, e no mar, diluídas, transformam-se em memória e saudade do que foi sem nunca ter sido. Oxalá meu tempo não se acabe antes que eu sobreviva, abençoada a canção que solta meu brado de esperança, porquê na rapidez desse momento, cabe apenas o lúdico som de uma música suave, o despertar de um coração ávido de amor, uma vida preparada para não morrer de solidão. Meu rio não correrá para o oceano sem antes singrar as curvas de paixões mil, sem o roçar nas pedras que aguardam minha declaração de amor eterno, enquanto eterno forem, meus sonhos de vida.