Tem vezes que nada amanhece

Há tantos livros que nunca são lidos, apenas enfeitam estantes;

Assim como há tantas pessoas que só enfeitam ilusões.

O dia se balança nos ponteiros do tempo.

A chuva cai molhando lamentos e

escorre enxurrada no canto dos olhos. Saudade é maldade.

A tarde se esvai deslizando em luz

que se perde no horizonte, lentamente.

Há tantas flores murchando nos jardins,

tantas emoções bailando com a mudez do silêncio,

seguindo o ritmo do grito que se desprende do mesmo silêncio.

Grandes cidades, grades e grades, alarmes e covardes.

Há tantos prazeres desfrutados,

tantas folhas secas pelos pátios.

Há pegadas e rastros que se seguem sem direções definidas

e as avenidas se lotam de luzes indefinidas, de medos e mendigos.

A noite chega com luar e estrelas

e a solidão nos livros se desenha,

nas margens sem histórias concretas.

Nas janelas das casas, abrem-se cortinas por detrás dos vidros.

Há tantos sonhos nas pessoas e tantos deles

apenas se penduram no tempo e sorvem madrugadas inteiras,

nada amanhece.

Takinho
Enviado por Takinho em 06/11/2017
Reeditado em 11/08/2020
Código do texto: T6164389
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2017. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.