o lado escuro do sol

estamos todos inseridos num

dificílimo conjunto de leis universais

que rege a coisa das pessoas,

um complicado aparato (i)moral

que governa o fio,

tece os encontros,

dispõe dos nossos braços

como máquinas amputadas

na cronologia dos abraços,

dispõe da nossa boca enquanto

silencia o eco da brecha

da falha universal

intrínseca

de todos os bichos e anjos

um código nuclear inscrito

na língua morta das estátuas,

fachadas que iluminam

a si mesmas no cruzamento

das avenidas permeadas pelo

pavor do sol em ruas paralelas

de começo de novembro,

óbvias, como o amor

e a sal das nossas vidas

a vida das flores

espalhadas pela capital azul

numa segunda qualquer

enquanto a fuga é possível

e a janela está aberta

a chuva molha as plantas

na varanda e o vento corre

sobe seu nome,

acena e se despede

das barbas politicas

e dos retratos

enquanto a lua ilumina o caminho

do centro até o jardim.

Vini Miranda
Enviado por Vini Miranda em 06/11/2017
Código do texto: T6164391
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