Sagrado feminino

Ela fechou os olhos e sentiu a viagem.

Chamado da Deusa.

A Mãe Terra ofertava-lhe a força precisa.

Era árvore de novo.

A lua nutria os desejos.

As irmãs acalentavam sua alma.

Uma a uma, podia ver as ancestrais que chegavam.

Eram índias e mães d'água.

Atravessavam as portas.

Alcançavam suas dores.

Ungiam seu cenho.

Curavam.

Sentia confiança.

Ouvia o clamor:

- Você é livre!

Celebrava a leveza de ser.

Ser o que é.

Ser o que quer.

Ser que sabe.

Sabe e sente.

Porque não é só.

É filha, mãe, avó, bisavó...

Já foi árvore e a carrega em seu ventre.

Hoje é luz.

Mulher.

Fruto e semente...

Marii Andrade
Enviado por Marii Andrade em 04/12/2017
Código do texto: T6189382
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