Sagrado feminino
Ela fechou os olhos e sentiu a viagem.
Chamado da Deusa.
A Mãe Terra ofertava-lhe a força precisa.
Era árvore de novo.
A lua nutria os desejos.
As irmãs acalentavam sua alma.
Uma a uma, podia ver as ancestrais que chegavam.
Eram índias e mães d'água.
Atravessavam as portas.
Alcançavam suas dores.
Ungiam seu cenho.
Curavam.
Sentia confiança.
Ouvia o clamor:
- Você é livre!
Celebrava a leveza de ser.
Ser o que é.
Ser o que quer.
Ser que sabe.
Sabe e sente.
Porque não é só.
É filha, mãe, avó, bisavó...
Já foi árvore e a carrega em seu ventre.
Hoje é luz.
Mulher.
Fruto e semente...