SETE QUEDAS.

LEMBRANÇAS DAS SETE QUEDAS.

Após ver um vídeo sobre as Sete Quedas, me veio à lembrança parte da história da minha vida e da minha família, a qual começou em 1.963, quando chegamos nesta cidade, vindos de Presidente Prudente, São Paulo.

Recordo, com saudade, e me sentindo privilegiada, por ter conhecido a maior cachoeira do mundo em volume dágua, 7 Quedas ou Seven Falls. Impossível falar de Guaíra, sem pensar nelas! Quando o vento virava, todos nós guairenses sabíamos que ia chover, pois elas “roncavam”. _Quem se lembra disso???

Ainda me lembro do cheiro da água no meio da vegetação, ao cruzar as pontes pênseis correndo, molhadas pela névoa...ou na travessia das balsas para o outro lado do Rio Paraná...

Lembro-me dos pés de jabuticaba e bacupari (uma frutinha amarela amazônica) encontradas em abundância no Parque das 7 Quedas... local de lazer da maioria de nós e dos casais de namorados que para ali íamos aos finais de semana, misturando-nos aos turistas de várias partes do mundo...Era paixão mesmo!!!

E por mais que nós moradores não acreditássemos que iria acontecer, em 13 de outubro de 1982 elas foram silenciadas para sempre!!!

Hoje, apesar de estar perto, não moro mais nessa amada cidade, mas sempre lamentarei o fato de ter presenciado o maior holocausto ecológico do século XX e de nada ter feito...

Faço minhas as palavras do poeta Carlos Drumond de Andrade (09-09-1.982):

“..Sete Quedas por nós passaram,

E não soubemos amá-las,

E todas sete foram mortas,

E todas sete somem no ar,

Sete fantasmas, sete crimes

Dos vivos golpeando a vida

Que nunca mais renascerá!”

(Angela Pastro Mater – Professora Aposentada – Cascavel-Pr.)

Angela Mater
Enviado por Angela Mater em 12/12/2017
Reeditado em 15/03/2018
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