* TROCAS *

(...) " Descalça, caminhou pela estrada de terra.

A chuva que caia, banhava não somente seu corpo, mas lavava também su'alma.

Poças ela pulava, não se importando se aquilo parecesse ridículo aos olhos de quem visse.

Abriu os braços, e girou em torno de seu próprio eixo.

Decidiu naquele instante colecionar pedras, como se fossem conchas.

Cada pedra recolhida, deixava no lugar um peso carregado no peito por anos, e anos.

Mágoas, dores, abandonos, desilusões, decepções....

Ah! As decepções...

E ali, naquela estrada, foi aliviando os sentidos sentimentos. Cada pedra, um adeus.

Chorou!

Ela se permitiu chorar.

Sentiu um misto de sensações....Ora lágrimas de dor. Ora lágrimas de alivio.

Suspirou. Sentiu o ar tomando conta de seus pulmões, de seu corpo, de todo ser.

E de olhos fechados, abraçou-se.

Sentiu que o amor ali renascia. O amor por ela mesma.

Jurou não mentir mais para si mesma, tentando camuflar o amor que lhe arrancaram. Ela ainda o amava.

Com toda sua alma, ela ainda o amava. Mas decidiu prosseguir.....E Prosseguiu!

Fez com as mãos, uma concha, recolhendo a água da chuva.

E bebeu. Matando a sede que sentia de si mesma.

E poças pulou.

E o caminho percorreu.

Encostada na parede de sua casa, uma estante.

Pedras a adornam..."

( Pobre Doce Menina )

Agridoce P
Enviado por Agridoce P em 22/02/2018
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