Obrigado

Depois de já ter perdido a fé, de repente sinto-me renovado:

Hoje acredito mais no amor do que a guitarra no fado. Embora pareça-te um rabujento de primeira, não sou lá tão bom com as palavras. Desde já, estou enormemente grato pela amizade e voto de confiança.

Tu perdoaste o meu passado e aceitaste-me como novo. Não quiseste ouvir explicação alguma e dispensaste todas as minhas desculpas. Insististe em estar comigo, mesmo eu arranjando aberturas para disso fugir.

Acreditava estar e a ser muito mais feliz sem ninguém do meu lado. Tu nem sempre estás por perto, mas não me leva em nenhum momento a sentir-me menos acompanhado.

E tudo parte do facto de nem sempre precisar de ti ao pé de mim para que possa sorrir. Basta lembrar-me de que existes, de que estarás sempre às ordens para as exigências das circunstâncias, para o que for preciso e no que for possível me ajudares, pois eu sinto que no fundo tens te esforçado o bastante para que o ar de evitarmos tanta proximidade leve tudo pelos ares.

Sei ainda que, receias, de qualquer jeito, apegar-te em demasia aos nossos laços, apertar exageradamente o nó que nos une, porque isto deixar-nos-ia asfixiados e a serenidade e o encanto nos encontros se perderiam aos bocados.

Tu não queres depender de mim como se fosse eu a única coisa prestável para ti, tampouco em nada precisar de mim. Queres ter as coisas onde elas realmente pertencem, no entanto não tencionas deixar com que a ilusão da paixão faça-nos achar que somos um do outro. Sim, ninguém é de ninguém.

Quero que saibas que todas as músicas que pretendo explorar nos próximos dias é ao teu lado que serão mais audíveis, que todos os balões que quero encher de alegria serão ainda mais insufláveis se eu o fizer estático a contemplar a tua beleza esmera e insólita, que se tiver que voltar a pintar, que seja você a primeira fonte de inspiração, porque agora sou mais devoto acertas coisas, só de saber que de ti poderei receber elogios, mas ainda assim, é mais por mim, mesmo que o venha a fazer para ti.

Amor, quero viajar ao teu lado, por mais que nos falte bagagem e, se também nos faltar dinheiro, quero esbanjar contigo as riquezas que a natureza nos oferece, dividir contigo o dom da Graça de Deus e ser teu guarda-redes quando os teus pesos te tentarem derrubar.

Quero ainda ao longo das chuvas que se aproximam preparar chás com um rescaldo de beijos limonados, e então sentar-me feito apoio para o teu cabeção, enquanto leio mais um poema, enquanto quedas de água vêem dos céus e edificam enxurradas nas ruas, ou ainda escoltar-te para a chuva e ser capa contra os relâmpagos.

Amor, obrigado por seres aquela menina mulher que meu eu decide desde agora fazer derradeira. Não quero mais gastar palavras de conquista ou aceitação com ninguém, a não ser que dêmos continuidade às nossas trocas de elogios, pois que assim a paixão é mais vital.

Sei que deves estar incomodada com alguma coisa, portanto não quero ser chato. Tu és livre de falar comigo apenas quando quiseres. Não me deves nada, aliás, sou eu quem agradece por ainda acreditares na enorme possibilidade de eu ser o amor tão desejado e valoroso de alguém. Amo-te com amor e irmandades.

Widralino
Enviado por Widralino em 23/02/2018
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