Centenária, a árvore  não dá mais  fruto. Só sombra e abrigo  aos passarinhos. Quanta travessura, subindo nos galhos, derrubando ninhos, quanta maldade! Tanta lembrança da infância e meninice. Peraltices  dos tempos que longe se vão. As folhas secas no chão;  no tronco a cigarra canta chamando. A velha mangueira há muito não passa por uma poda. E as lágrimas de outrora, já  não dão resina aos micos;  nem o bico da passarada, encontra manga pra nicar. Ela deve sentir  falta das meninas em sua sombra, e das mangas que deixava cair, na  cabeça delas. E ria, e se divertia com  o que diziam. Temiam. Tinham muito medo de uma minúscula abelha chien.
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Adalberto Lima.