O JARDINEIRO E A ROSA

Era um simples jardineiro

com mania de grandeza.

Plantara no seu jardim

flores caríssimas, raras

mas nunca as vira florir.

Nem bem elas floresciam,

suas hastes se inclinavam

e, murchas, se desfaziam.

Como as flores, os seus sonhos,

um a um se desfaziam

levando-o ao desespero.

Um dia, a fada das flores,

sussurrou-lhe aos ouvidos

que mudasse seu canteiro

num jardim de flores simples

que, pela cor, pelo aroma,

lhe mudariam a vida.

Lírios, cravos e açucenas,

violetas e margaridas

e dezena de outras flores

de cor e perfume sublimes

não conseguiam tirar

da tristeza o jardineiro.

Então a fada das flores,

num canteiro ainda sem nada,

toca o chão com sua varinha

e, numa explosão de estrelas,

surge uma haste de cor verde

com folhas e com espinhos

tendo na ponta um botão

que, ao abrir, se transformou

numa linda flor vermelha

de perfume embriagador.

A fada, vendo-o feliz,

transforma-o em beija-flor

e, durante todo o dia,

todas flores, todas aves

sentiram um grande ciúme

das juras de amor trocadas

entre o colibri e a rosa.

Do beija-flor colorido

e da rosa dos amores

surgiram quatro rosinhas.

Quebrando a monotonia

de um canteiro só de rosas,

bem ao lado de uma delas

surge um lindo cravo branco.

A partir de então as flores

só dançavam quando o tempo

ajustava o seu compasso

ao violão do cravo branco.

João Roberto
Enviado por João Roberto em 20/03/2018
Código do texto: T6285986
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