Vagueza

Ando de um lado para o outro dentro de mim.

Tentando não renegar a minha crença...

E a certeza que carrego comigo

De estar aqui.

Paro na impressão,

de quem rema contra maré...

para se manter em pé e não se desencontrar com quem precisa ser.

Sigo vagando dentro de mim.

Como quem está a sofrer de vagueza.

E não quer se preencher porque não quer ficar.

Então, por um momento acha que estar vago...

é a melhor forma de se amar.

Paro na apreensão de quem não quer recarregar-se...

do que não quer carregar...

para não encontrar motivos de ficar onde estar.

Percebe que a vaguesa dói,

porém constrói a imagem

de quem não se quer ser.

Então, percebe o que

te faz se mover

sem precisar dizer.

Uma força maior move-me.

levanta-me, envolve-me

e comanda o que pulsa.

O que pulsa na veia...

como algo que semeia

a necessidase de manter-se viva.

Como se o estar bastasse-me.

Assim;

subo no tempo.

como único sustento,

como único transporte,

o qual me leva do sul pro norte...

como se fosse uma bússula em movimento.

Ando de um lado para o outro dentro de mim...

com a sensação de estar...

Dentro de um transporte

Que não me suporte..

Mas que representa o eu...

a infiel imagem de mim.

Por agora, defino-me:

Como a vaguidão de quem está sozinho,

mesmo estando acompanhado.

Driely xavier
Enviado por Driely xavier em 15/05/2018
Reeditado em 15/05/2018
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