Vagueza
Ando de um lado para o outro dentro de mim.
Tentando não renegar a minha crença...
E a certeza que carrego comigo
De estar aqui.
Paro na impressão,
de quem rema contra maré...
para se manter em pé e não se desencontrar com quem precisa ser.
Sigo vagando dentro de mim.
Como quem está a sofrer de vagueza.
E não quer se preencher porque não quer ficar.
Então, por um momento acha que estar vago...
é a melhor forma de se amar.
Paro na apreensão de quem não quer recarregar-se...
do que não quer carregar...
para não encontrar motivos de ficar onde estar.
Percebe que a vaguesa dói,
porém constrói a imagem
de quem não se quer ser.
Então, percebe o que
te faz se mover
sem precisar dizer.
Uma força maior move-me.
levanta-me, envolve-me
e comanda o que pulsa.
O que pulsa na veia...
como algo que semeia
a necessidase de manter-se viva.
Como se o estar bastasse-me.
Assim;
subo no tempo.
como único sustento,
como único transporte,
o qual me leva do sul pro norte...
como se fosse uma bússula em movimento.
Ando de um lado para o outro dentro de mim...
com a sensação de estar...
Dentro de um transporte
Que não me suporte..
Mas que representa o eu...
a infiel imagem de mim.
Por agora, defino-me:
Como a vaguidão de quem está sozinho,
mesmo estando acompanhado.