Aedes Aegypti

Ei! Tu mesmo, obtuso leitor. Desculpa atrapalhar o que fazes agora, não quero gastar teus ouvidos com desabafos e lamentos...Não é essa a minha intenção nem deveria.

Trago comigo a certeza de que pagarei pelos meus pecados por esta nossa conversa.

Desde já, perdoe-me! Eu tenho o mesmo medo que as pessoas têm.

Muito provável que não me conheces, talvez nem alguns dos teus colegas e vizinhos.

Em tamanho, sou insignificante, tal qual formigas em teu quintal.

Tenho poder sobre-humano que é o de voar sozinho.

Sou fruto de metamorfoses tal qual as borboletas. Já fui ovo, tornei-me larva, virei pupa e agora, já adulto, sou um mosquito!

Facilmente identificável: preto com manchas brancas, tendência tropical como o nosso clima.

Pela formalidade da ciência, nomearam-me de Aedes Aegypti.

Sinto te dizer, mas não sou teu amigo. A culpa não é só minha, somos cúmplices!

Todavia, a minha existência depende de ti, insensato!

Tua estupidez em deixar a água parada, me proporciona fazer morada em toda parte.

Sou mal, muito mal. Agente infectante.

Num piscar de olhos te passo um vírus.

E se me incomodar, a febre chikungunya ou amarela posso te passar.

Dê um vacilo que te injeto dengue sem grilo.

Pico-te e tu não gritas, logo pegará a zika.