E assim Nascem as Flores-capitulo-2

Sou o vento que se distrai nas curvas e se abaixa nas colinas levando o frescor aos nobres eucaliptos e serragens, folhagens secas e úmidas dos cantos escuros da terra.

Sou o cheiro de terra nova, que molhada se torna encharcada e tudo que cai como semente é levada

Pelas chuvas para outros campos.

Sou o entardecer que morre nas colinas até o outro dia nascer, sou a noite que não quer chegar, para não

Vê-la ir embora.

Sou o que não quer ser, nem evoluir, crescer para que...!

Sou aquele que morreu junto à ilusão de ser feliz.

A felicidade depende da balança, efêmera, porém transparente aonde se faz o ser desleal e corrupto em seu sentimento de luz, ser apenas sentimento trocado por alucinações de felicidade.

Sou do sol que um dia brilhou as relvas verdejantes deste meu país, meu aconchego meu descanso.

Caí de costa em meu precipício e olho para trás e vejo tudo ir embora, minha identidade congela conforme a velocidade da queda se aproxima do fundo de mim mesmo, não corro mais o risco de

Morrer de queda, mas congelado na minha própria escolha, escolha esta que não dependeu só de mim, mas de quem me obrigou a pular... meu ego.

Ninguém é de ninguém, uma frase conhecida, mas esquecida, pois se ninguém é de ninguém porque há lutas em meu ser para tê-la novamente comigo.

Não sou ninguém mas me firmo como eu, se eu não sou ninguém, quem me creou NINGUÈM, ou ALGUÉM quem sabe.

Talvez seja por isso que sofrer seja tão fácil para que ninguém se sinta alguém para ser feliz...

Felicidade comove a verdade..

A ilusão consome a verdade..

A verdade cheira mal...

A ilusão é o perfume que todos querem ter...

A felicidade é a sombra do seu próprio corpo,

Não dá para ser usada sua sombra por outra pessoa...

Mas sentida e olhada...

Mas olhada e sentida.

e assim nascem as flores embarcadas pelas correntes profundas das lágrimas

e assim nascem as colunas que suportam as Lages da solidão

e assim morrem as mágoas de um amor trabalhado nas estruturas do amor

e assim nascem as flores

e assim crescem as dores

e assim força supõe

e assim se carrega as minas de pedras preciosas

que foram roubadas e não se sabe quem é a verdadeira ladra

a ladra dos pensamentos.

2004

CARLLUS ARCHELLAUS
Enviado por CARLLUS ARCHELLAUS em 18/05/2018
Código do texto: T6339685
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