Aquele rosto

Onde estava aquele rosto que avistou? Procurou por ele em toda rede. Fez uma busca com o coração apertado. Precisava de algo! Primeiro descobriu sua ocupação. Ele frequentava o mesmo lugar que ela! Que alegria! Mas como ia conversar? Não sabia de nada, gostos, músicas.... Não sabia como se comportar. Estava nervosa. O corpo dela pedia mais. E não por satisfeita, quis também saber a sua graça. Inventava vários nomes, porém, o plano da imaginação estava explodindo. Tinha que saber o real nome. Com muito afinco, conseguiu até o sobrenome. Agora estava quase perfeito. Iria conseguir todas informações que seus batimentos necessitavam.

O Google a denunciava. Sabia exatamente suas árduas buscas. Era dia e noite, tinha de ver aquele sorriso de novo. Mas não era o suficiente.

Ainda não sabia se ele estava aberto para novo horizonte, do qual ela seria o caminho. A informação preciosa não sabia. Ele era casado, compromissado, enrolado, solteiro? Nada! Essa informação não aparecia. E esse questionamento se permanecia. O que faria? Falaria com ele ou continuaria a pesquisar?

Além dessa tormenta questão, havia a que realmente poderia mudar tudo: como gostar de alguém sem saber ao menos se ele a enxergava? Não tinha ao menos a coragem de apertar um click na rede (adicionar como amigo). Isso seria uma denúncia. Seria dizer que estava interessada e ela não queria isso. Embora quisesse. Meio confuso isso. Mas que coração não ficaria?

Descobriu Instagram, LinkedIn, muitas coisas. No entanto, se ele estava disponível, nada. E ela vivia nessa angústia. A procura de uma resposta ou até mesmo um gesto da parte dele. Mas nada! Já faz dois meses e ele nem sabia que ela o contemplava.

Aos poucos ela fitava os olhos dele. E quando os encontravam, ela olhava mais um pouco. E aquela ação virou um ato de bravura. O coração quase saiu pela boca. Se sentia feliz quando os olhares se encontravam, mas ao mesmo tempo ficava tímida e suas mãos suavam. Era uma sensação indescritível. Mas será que o olhar dele a correspondia?

Noutro dia, por algum momento, ela tocou e falou com ele. Não era sobre o seu sentimento, mas sobre tal fato que aconteceu durante o hobby dele. Entretanto, esse fato mudou tudo, ele a viu! Não contente, continuou com suas ações ousadas, entrou no perfil do LinkedIn, isso poderia denunciar-lhe para ele. Afinal, essa rede mostraria o perfil de quem o visitou. Que loucura! E sim, ela queria isso. Ela queria que ele soubesse que havia um alguém a fitá-lo com olhos de amor.

Estava a todo momento tentando saciar suas sensações. Buscava caminhos que a levassem para perto dele. Imaginava o toque de suas mãos, seus suspiros, sua boca, os sussurros no ouvido dela. Muitos eram os pensamentos, poucos eram as ações.

O que fará, não sabemos. Se continuará a persistir nesses passos para a conquista ou esquecerá? Nada disso sabemos. Mas para nós é uma mera curiosidade. Para ela, seria um começo ou apenas um momento platônico que findará com o tempo, como essas linhas tortas que nos desviam para só passar o nosso tempo.

Angélica Lago
Enviado por Angélica Lago em 18/05/2018
Reeditado em 13/12/2020
Código do texto: T6339904
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