* NO PISO FRIO. LÁGRIMAS *

(...) Não! Não foi somente uma chuva passageira.

Embriagada pelo medo, chorou copiosamente, chegando ao desespero.

Sentia que já não conseguia mais sustentar seu próprio peso em seus pequenos pés.

Imersa em sua dor, deitou-se sobre o piso frio, e ali, implorou aos céus o alívio de tamanha tristeza.

A vida, o amor, que um dia lhe fizeram sorrir, hoje tornara-se um fardo pesado demais.

Tentara inutilmente abrir os olhos de sua metade.

Porém sua metade estava ocupada demais com as luzes da rua. O brilho o cegavam.

Entregou-se a rotina de outrora. Outrora onde ela ainda não fazia parte.

E ela parte. Ao meio.

Peito, coração.....Alma!

Tentativas em vão. Pedidos em vão. Todos confundidos em meras brigas.

Ela só queria alertar o que sua metade estava perdendo.

Ela só queria mostrar que o brilho da rua que o cegava, estava cegando também o amor.

Perdas. Danos.

Que por debaixo dos panos, foram desfiando a teia do que um dia foi sorrisos e promessas.

Exaurida, perdida....

Perdia-se.

No piso frio, eis que ficou deitada.

A poça de lágrimas refletiam suas lágrimas.

Com a alma cansada, restou-lhe apenas os profundos suspiros.

Olhar parado. Corpo imóvel. Dor pungente.

E na sobrevida, adormeceu.....Vencida pelo cansaço.

Não!

Não foi somente uma chuva passageira.

Hoje se deu conta que o que enfrenta, é uma temível tempestade.

( Pobre Doce Menina ).

Agridoce P
Enviado por Agridoce P em 21/06/2018
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