... havia algo profundamente terrível entre aqueles olhares,  sentira um calafrio quando após ouvir pancadas à porta e ao abrir deparar com a estranha visitante. Sempre estranhara as aproximações daquela pessoa. Havia algo nela que não sabia explicar, seus olhos nunca combinavam com a voz, com a expressão do rosto, mesmo ela elogiando seus trabalhos artísticos, e até oferecendo -lhe um rio de argila as suas modelagens.
         O que queria dela aquela  visitante aquela hora da noite, todas as casas da praça apagadas, só a sua acesa e ela sozinha debruçada sobre a sua dor  insólita .... agora emergiam lembranças,  certa vez não pudera recebe-la porque esperava um telefonema de pessoa que lhe era muito cara  e manifestou a ela suas razões..  Algum tempo depois ela lhe contaria haver ido atrás de  certa pessoa  mas voltado atrás ao descobrir que a mesma era afeto de sua chefe na repartição.... . Por que então a insistência em bater a sua  porta naquela noite?  Quem sabe as intenções do subterraneo de quem trotea pelas superfícies? Mais carranca mais trincheiras de seda....
                   
                        
                                                                           (Memoriais de Zocha)