Vida bandida

Ainda há tempo

Para remediarmos um engano

De fato sou

Apenas mais um canalha

Dos tantos quantos passam por

Tua vida de mundana

Dos tantos

Quantos abrutalhados

Que usam teu corpo

Para acalmar a sofreguidão

De seus instintos

Dos tantos quantos

Jogam em teus lençóis

Lançam em teu rosto

Dinheiro e ironia

Pior sou eu

Que finjo não perceber

O vazio da tua alma

Ainda há tempo

Para quê?

Para vivermos o amor?

Teu afeto me embaraça

Mas, que esperas de mim?

Se tua oferta se faz

Em troca de nada

Qual o sustento?

Pior que os brutos sou eu

Que me entrego em festas

Àquelas que me pagam

Pelos meus falsos sorrisos

Ainda há tempo

Para remediarmos um engano

Incapaz sou eu

De sobreviver no amor

Sou mais um canalha

Ofuscado pelo ouro

Das mulheres solitárias

Não terás joias para mim

Tampouco terei para ti

Ainda há tempo

Para remediarmos um engano

Cada qual deve seguir

Com sua vida bandida

Somos mundanos