Cotidiano

Acordou ao raiar do dia.

Desjejum.

Eram muitos os afazeres.

Ela consumia seu tempo em letras e cores.

Dias inúteis.

Noites de dor.

O barco seguia lânguido.

As torrentes findaram com a última ligação.

O passado seguia presente.

Depois de estampadas as verdades, a ladainha tornou-se incessante.

As palavras impregnavam o ar feito comida recém preparada.

A consciência tornou-se implacável visão.

Angústias povoavam seu paladar.

Indigestão.

Preparou um novo chá com aquelas ervas que cria especiais.

Disfarces inúteis.

O passar dos dias era o que lhe restava.

E os testes sem acaso.

Provação?

Era só o exercício da vida.

Aprendizado diário.

Ela entendia...

Mas a dor seguia marcada em seu corpo.

Ela acolheu suas angústias.

Prometeu se esforçar.

Mas traiu seu querer.

Era o hábito que ainda moldava seu tramitar.

Ela aguardava sinais do impossível...

Marii Andrade
Enviado por Marii Andrade em 18/08/2018
Código do texto: T6423068
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