Cotidiano
Acordou ao raiar do dia.
Desjejum.
Eram muitos os afazeres.
Ela consumia seu tempo em letras e cores.
Dias inúteis.
Noites de dor.
O barco seguia lânguido.
As torrentes findaram com a última ligação.
O passado seguia presente.
Depois de estampadas as verdades, a ladainha tornou-se incessante.
As palavras impregnavam o ar feito comida recém preparada.
A consciência tornou-se implacável visão.
Angústias povoavam seu paladar.
Indigestão.
Preparou um novo chá com aquelas ervas que cria especiais.
Disfarces inúteis.
O passar dos dias era o que lhe restava.
E os testes sem acaso.
Provação?
Era só o exercício da vida.
Aprendizado diário.
Ela entendia...
Mas a dor seguia marcada em seu corpo.
Ela acolheu suas angústias.
Prometeu se esforçar.
Mas traiu seu querer.
Era o hábito que ainda moldava seu tramitar.
Ela aguardava sinais do impossível...