Ninguém partilhava

Todos deveriam escolher um apelido

E emburrada por não ter criatividade momentânea bradei que sou Ninguém

Todos riram e eu chorei

Lá na frente sobrou suco

Perguntaram de quem é e disseram

- De ninguém! E eu bebi

Apareceu uma sandálida

Disseram: De ninguém e calcei

Apareceu uma bola

Disseram

De ninguém

E joguei

E ganhei isto e aquilo outro

Sorrindo

Por ser ninguém

E choraram porque tudo que aparecia

Tinha um dono

E tudo pertencia a ninguém

E ninguém aproveitava

Mas partilhava também!

Adriane Neves
Enviado por Adriane Neves em 28/08/2018
Reeditado em 27/11/2018
Código do texto: T6432613
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.