Fugindo do amor

Cansei de permitir amores frios ocupando espaço nos cantos e encantos do meu silêncio.

O amor é grandeza das mais sagradas, não posso esperar dos outros o que existe apenas em mim.

Não posso esperar para vê-lo definhando-se em mãos que não estão para recebê-lo.

No emaranhado soturno das ideias, alguns poemas escorrem por muros instáveis criados pela força da mente.

Algumas linhas são apagadas e outras simplesmente se apagam por falta de cor.

Acima do próprio coração, admito de cabeça erguida e coração extinto que o amor ficou apenas nas entrelinhas de poemas madrugueiros e longas cartas de um possível amor.

Amor?

Amor calculista que caminha sorrateiramente entre meiguice e valentia, tentando esconder os rastros de dor de vãs tentativas de fugir dele mesmo.

CarolAmantino
Enviado por CarolAmantino em 08/10/2018
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