Fugindo do amor
Cansei de permitir amores frios ocupando espaço nos cantos e encantos do meu silêncio.
O amor é grandeza das mais sagradas, não posso esperar dos outros o que existe apenas em mim.
Não posso esperar para vê-lo definhando-se em mãos que não estão para recebê-lo.
No emaranhado soturno das ideias, alguns poemas escorrem por muros instáveis criados pela força da mente.
Algumas linhas são apagadas e outras simplesmente se apagam por falta de cor.
Acima do próprio coração, admito de cabeça erguida e coração extinto que o amor ficou apenas nas entrelinhas de poemas madrugueiros e longas cartas de um possível amor.
Amor?
Amor calculista que caminha sorrateiramente entre meiguice e valentia, tentando esconder os rastros de dor de vãs tentativas de fugir dele mesmo.