Política e café

Aos que me conhecem um pouquinho, sabem que adoro café.

Certamente já tomei alguns com corruptos, sabendo disso ou não. Talvez eles não tenham alcançado a iluminação de que honestos não são.

Para minha tristeza, e de muitos, estes ultimos seguem sonegando impostos, "equivocam-se" no troco, fazem gatonet, traem a mulher (ou o marido), são hipócritas religiosos, sentam no lugar do velhinho, e por aí vai. Uma sutil deturpação da ética pelos malandros institucionalizados, perpetuando a sacanagem romantizada do bom carioca. Os honestos não dão ibope, não "importam".

Isso teria jeito, bastaria argumento e um choque de educação. Quem sabe até prisão.

Porém, jamais compartilharia um cafezinho com um fascista. Ele não!

Seria uma pessoa soturna, camuflada debaixo de uma armadura reluzente de boas intenções.

Em sua farda disfarçada de terno, teria bolsinhos mil, onde guardaria suas verdadeiras intenções em forma de cartões de visita, seduzindo ouvidos tolos, aliando-se a loucos e olhos cansados.

Este adoçaria demais meu inocente café, provocando diabetes e dentes cariados para eu depois não poder mais morder.

O infeliz me provocaria azia, mau hálito e por fim eu vomitaria a bile social do veneno injetado das coisas que não sei como resolver.

Não, não confraternizo com fascistas, racistas, nazistas ou qualquer adjetivo que algo ruim e desumano possa ter. Mantenho estratégica distância, não tomo café com ele e suas correntes pautadas na ignorância. Prezo meus dentes e dos outros também.

_Rose Paz_

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 02/12/2018
Reeditado em 02/12/2018
Código do texto: T6517096
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