PAU D’ÁGUA SOFISTICADO

Quando eu não puder mais ir ao boteco,

Só peço aos meus colegas de balcão que tragam para mim um uísque com bastante gelo.

Ou um bom vinho, seco branco, geladinho numa taça de cristal com boca apertada.

E se não achar nada disso, um puro conhaque num copo especial de fundo vidrado.

Caso não tenha bebidas finas para trazer até mim,

Que venha um licor de figo ou de pêssego em taças arredondadas.

Sempre em quantidade exata e bem determinada.

Pois conheço muito bem uma bebida e como deve ser servida.

Ficarei tremendamente feliz em meu leito com um bom vinho.

Um conhaque de qualidade, um uísque da safra de 1930...

Com copos de cristais e taças específicas para cada bebida.

Não precisarei de um serviçal para observar esses cuidados.

Confiam na especialidade de meus amigos.

Caso os meus caríssimos não consigam tudo isso, tragam-me então:

Uma jeribita daquelas que tem em qualquer balcão.

Um sangue de boi, Campeão ou coisa que vale.

Um conhaque presidente ou qualquer outros daqueles do boteco do seu Fernão.

Num copo americano ou numa caneca esmaltada ou até mesmo numa cuia.

Bebida é cheia de cláusulas no começo, depois, ricos e pobres se tornam a mesma mediocridade.

Só não se esqueçam de uma coisa:

De trazer as garrafas tampadas, pois quero partilhar com aqueles que até mim vierem o degustar sabor de uma bebida, de um bom paladar.

É isso aí!

Acácio Nunes

Acácio Nunes
Enviado por Acácio Nunes em 07/12/2018
Código do texto: T6521174
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