AS NOITES SANGRAM
Imbricados no porvir
Astros assolam e gemem
Maneira terna de sentir o pejo.
Leiam-me com esporas afiveladas
A nódoa se liquefaz e exsuda
Tinge de escarlate o sangue
A própria melancolia se revela orfã.
Pela gama infundada da prosa
Ósculo amargo de fel me enleva e salga
Aos poucos, refestelar-me-ia.
Mas é sacrificante a autarquia derradeira
Perde-se a musa, ganha-se a morte
Não mais a rosa, não há mais o verso
Sucumbe a alma ferina desgastada pelo pranto
Ao desencanto mais sombrio do avesso.
Meu desalinho me impele a assear verbetes
Proliferaria milhões de "entre" se cá estivesse nu
Contudo, a lama forrageira a tangenciar os atos
Há de perquirir por dias menos prásinos, mais viris.
Ou será apenas um sonho mau?