EPÍLOGO

Rastejo das coisinhas mundanas, insípidas

'Toc toc' e ei-la cá novamente

Antecipando o fim.

Nobre exímio sentimento do cio

Aquele plangente de outrora

- rabiscado a lápis -

Enternecido.

Embora saiba de onde vem

Meus 'eus' aflorados e em sangria inda pasmam.

Deu-me um ósculo e se ausentou

Morreu devagarinho, aos montes, de roldão.

Raspa a raiz do fleimão e se estende muito

Sem propulsão, à deriva

Marolando, marulhando, de pé.

Meu nigérrimo verso só oculta a capa

E suga a manteiga

Tudo é solidão!

O pó ofuscante do dia tórrido

Far-me-á nunca esquecer

Meus rejeitos pobres, abjetos.

Trará a leda prima

Vingativa e pífia

A beleza lânguida e ostentadora.

Ao dobrar tal esquina

Enviesado olhar extingue a perpétua pena

No rosto sem face da fase mais semântica do amor.

'En passant'!

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 31/01/2019
Reeditado em 28/04/2020
Código do texto: T6563884
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