Centelha de vida
Nos teus olhos risca uma estrela, que brilha muito além da minha vontade, e acende de súbito a vida em meu céu.
Teu brilho ganha as formas de um pássaro lindo, que propõe-me a voar por tua constelação.
Então voa por minhas entranhas, e dorme do leito de um rio de lágrima, que pulsa e arde sempre que não me tocas.
Ao mirar novamente teus dentes perfeitos, o faço alçar novos voos perenes, apenas pra vê-lo rasgar novamente o tecido cansado de meu coração.
Tua pele, que brilha e reluz, cega o pássaro e arranca-o do ar!
É a indulgência maldita, a catarse exaurida de não poder te amar.
A luz esmaece,
enfraquece e dorme,
esperando outra chance pra desabrochar.
A centelha da vida, a tua energia, é o que tanto espero para me guiar.
Sem teus olhos
não há luz,
não há pássaro,
não há dia nem noite,
não há céu,
e nem constelação.
Há apenas memória do sopro da vida que um dia viveu em meu coração.