Uma Canção para Dois

Era hora sem estima, mas eles não deixaram!

Imagina se dá pra confiar...

Era como os antigos mais diziam... Existem pessoinhas pequeninas que

De tão pessoinhas e pequeninas nem sabe onde estão seu tamanho e pensamentos.

Prefácio, uma canção para nós dois...

“Mas isto não consta no cardápio”

Mas queremos uma canção, o cliente tem sempre razão!

Sirva-nos quente, fremente, como se fosse fresca, feita agora, composta pelo melhor ‘chef’... “Vocês tem ‘chef’ nessa espelunca?”

Todas as outras que já digeri eram lindas, ainda sei cantá-las porque o tempero era marcante, de um compasso neutro que deixava o rosto gorjear a seus próprios sentidos!

E continuo no ritmo, nos traçados daquela me que alimenta, com sabor de último... Eternamente a última vez... É assim que canções alimentam!

Você entra numa casa onde se serve, as pessoas sorriem, valsas, tangos e boleros agitam-se em seus papéis mortos, porque dali não saem até que os dance, dirija com a alma nua de outros composições.

Coloca os pés firmes num solo agitado... E saboreia, mastiga conforme a fome.

Imaginando os lugares por onde estaria, de todos os acompanhamentos da boa cifra...

Abre os olhos, paga e se vai!

Se é bom, é como todo bom estabelecimento: Você volta. A grande pena é quando se está de viagem... Por que a não ser que passe por ali novamente, nunca mais vai degustá-la, embora possa com orgulho, recomenda-la aos demais, fazer expressos de que conhece o distante!

Não agite antes de usar, agite enquanto está usando... É um prato muito rico, cheio de vitaminas e energia, de alma e pensamentos positivos, bons até dizer chega, que alimenta aos longes... Indigestão é impossível, não existe... Você come, come, come, e jamais se exacerbará pelo a mais, porque o exacerbo não existe.

É assim que se come canções, em porções enormes, sem pressa, sem intervalos de duas horas em segundas-feiras, mas em domingos de família reunida na casa da vó.

É assim que se alimenta a alma... As pernas, os passos e o coração.

“Por favor, Bem quentinha, fresca, traga a melhor de todas... Estou com muita fome!”

Douglas Tedesco
Enviado por Douglas Tedesco em 18/09/2007
Código do texto: T657522