Espelho de Parede
 
Sou como o mar, vivo profundidades que nem eu mesma conheço. Por isso, as marés de minha vida são sempre de altos e baixos e minhas ondas vêm e vão no balanço da rosa dos ventos. E o vento sopra onde quer. É ele, irradiando luz, que tirou a poeira milenar de meu espelho de parede. Então pude me ver: “rosto sujo e cabelo desgrenhado”... meridianos perdidos de si e intermediários sem horizontes. É por isso que me votei às buscas e procuras interiores... caminhos de mudanças... pés descalços, em estradas iluminadas de amor, paz e compaixão. Neles sigo... Em minhas conquistas de mim... ainda vagam impulsos de sonhos e utopias...