Nunca me afoguei de ar. Cai de cabeça no mundo, apanhei e me postei pronto a respirar. A primeira coisa que fiz foi chorar. A segunda viver. Não tem segredo nem arte, é igual andar. Primeiro fica de pé. Depois desequilibra da um passo e reequilibra. É assim que segue a vida. Pena que ela não se basta de estar em pé, reta, ereta. Tem que ser mais absoluto, causar vontade, passar coragem ou assinar vertigem. É assim que as rédeas nos redigem.
Nunca me queimei de vento. Nunca ao menos tentei. Ousadia é ausência de argumento. Quando tudo se foi, a pradaria cerrou ou o tempo atropelou o momento a gente ousa, se acusa e pula do cadafalso com o tênis desamarrado no pescoço. O desequilíbrio de novo, a grande problemática do pé, do passo e do tropeço. Só tropeça quem anda, e é começar a trocar de pé logo queremos correr, mostrar, ser melhor, se postar. E ai cai.
Tem gente que levanta e vai. Segue, tenta de novo e segue uma vida descontentada em cair e levantar só pra não perder. Outros desistem. Cortam os pés, as asas deles, dos outros, daqueles e além. E uma outra *causela* se abstêm do reflexo e se expõe. Corre pra fora do corpo, do pensamento, do sentimento, da necessidade, da vaidade. O esporte, as artes e os educadores nasceram ai. Brotaram dentro de uma cabeça oca que executava a vida longe das tarefas e perseveranças que espantam a finalidade das coisas.
Eu mesmo já turbulei em um rio teimoso e sem mundo. A cabeça pesava e pensava pro fundo. Cabeça pensa entorna o corpo, desapruma e sofre eminentemente desvio de rumo. Assoprei meu ouvido esquerdo em um assopro esvaziante de pensamento noturno. Me agarrei no tronco oco, boiei e sem rumo me arrumei. O prato fundo ficou raso, parei de falar com a boca cheia e hoje me basto de um travesseiro e um punhado de palavras pra me equilibrar no sonho. As vezes tenho pesadelo obtuso mas ao acordar chamo eles de devaneio. Sempre sábio aquele que sabe onde mora o Sol. Sempre acompanhado aquele que vê as estrelas. Sempre provido aquele que fala o suficiente.
É assim que eu faço.
Pra não me afogar nesse mar de gente.
Nunca me queimei de vento. Nunca ao menos tentei. Ousadia é ausência de argumento. Quando tudo se foi, a pradaria cerrou ou o tempo atropelou o momento a gente ousa, se acusa e pula do cadafalso com o tênis desamarrado no pescoço. O desequilíbrio de novo, a grande problemática do pé, do passo e do tropeço. Só tropeça quem anda, e é começar a trocar de pé logo queremos correr, mostrar, ser melhor, se postar. E ai cai.
Tem gente que levanta e vai. Segue, tenta de novo e segue uma vida descontentada em cair e levantar só pra não perder. Outros desistem. Cortam os pés, as asas deles, dos outros, daqueles e além. E uma outra *causela* se abstêm do reflexo e se expõe. Corre pra fora do corpo, do pensamento, do sentimento, da necessidade, da vaidade. O esporte, as artes e os educadores nasceram ai. Brotaram dentro de uma cabeça oca que executava a vida longe das tarefas e perseveranças que espantam a finalidade das coisas.
Eu mesmo já turbulei em um rio teimoso e sem mundo. A cabeça pesava e pensava pro fundo. Cabeça pensa entorna o corpo, desapruma e sofre eminentemente desvio de rumo. Assoprei meu ouvido esquerdo em um assopro esvaziante de pensamento noturno. Me agarrei no tronco oco, boiei e sem rumo me arrumei. O prato fundo ficou raso, parei de falar com a boca cheia e hoje me basto de um travesseiro e um punhado de palavras pra me equilibrar no sonho. As vezes tenho pesadelo obtuso mas ao acordar chamo eles de devaneio. Sempre sábio aquele que sabe onde mora o Sol. Sempre acompanhado aquele que vê as estrelas. Sempre provido aquele que fala o suficiente.
É assim que eu faço.
Pra não me afogar nesse mar de gente.
(m.c.)
(30.01.2019)
(30.01.2019)