Foto da nossa autoria

NO SILÊNCIO DA NOITE
 
Numa noite de insônia eu pude viajar por várias partes da Terra.
Aproveitei para ouvir o silêncio coberto com o véu escuro que encobria as matas, os campos e as cidades.
Alguns sons noturnos cortavam a quietude da noite.  Coaxos de sapos formavam uma canção esquisita nos lagos e banhados.
De repente aos poucos surgiu uma luz que foi dissipando a escuridão;
juntos com essa luz, outros sons foram se misturando e atrapalhando o som do silêncio.
A música silenciosa transformou em barulho da grande metrópole.
Assim mesmo pude ver nas paredes dos prédios e dos muros as poesias que jamais foram lidas.
Escritas estas com a pena da alma, regadas com as lágrimas.
Vi as pessoas correndo de um lado para outro na rua, falavam e ninguém as escutava. Até dialogavam, mas não se entendiam.
Muitas canções eram cantadas sem nunca serem compartilhadas.  Secretas, para o resto do mundo.
Eram tantas coisas lindas, que nem os poetas entendiam. Em questão de segundos estavam todas apagadas.
Pude ver a multidão.  Cada qual escrevia uma história, mas estas nunca lidas por quem quer que fosse.
Noite curtinha para tantas belezas.
Pude visualizar tudo isso e muito mais. Somente o coração se falasse poderia explicar os detalhes mais e mais...
 
(Christiano Nunes)