Viajando no sonho

É noite, meu corpo cansado, repousa no leito,

Inerte, parece que nem respiro, estou a sonhar!

Vagueio por sobre a cidade, do alto vejo o pisca- pisca,

Do lusco fusco das luzes a brilhar.

Ruas desertas, um latido ao longe, me chega aos ouvidos.

Continuo a voar. O céu sem estrelas,

Nuvens prenunciam... A chuva não demora a chegar.

Não sinto frio, continuo meu passeio soturno,

Numa noite de inebriante paz.

Meu espírito está livre, como é gostoso flutuar.

Pareço uma pluma, sem a densa matéria.

A cidade em completo silêncio,

Ou sou eu que ensurdeci?

Inebriada com rara beleza, com tanta paz.

Numa rapidez, me vejo num campo florido.

Oh! beleza! São girassóis!

Um campo amarelinho de singular ternura.

Eles estão quietinhos, a esperar pela luz do sol.

Acho que nem notaram que essa manhã o sol não surgirá,

Virá a chuva em seu lugar.

Mas noto com singular tranqüilidade,

Que os girassóis na sua simplicidade

Sabem que além das nuvens, o sol continuará a brilhar.

Esta na minha hora, de regressar.

Retorno ao meu corpo, é hora de despertar... mais um dia!

Que seja um lindo dia! Abençoado por Deus!