Ego

Estou olhando para mim mesma. Neste momento sou minha e de mais ninguém. Chega de roupas, gentes, cores, amores e confusões. Quero ficar nua, quero ficar só, quero o preto e branco. Quero o silêncio do meu canto.

Às vezes, precisamos olhar para dentro de nós, achar nosso centro, nossa essência que se perde ante as superficialidades, futilidades e medos do cotidiano. A ansiedade nos afasta de nós mesmos, nos afasta do real, do hoje. Não quero o amanhã, quero o hoje, o agora. O eterno agora!

Quero viver a intensidade e a beleza de cada momento. Quero ser despida, agarrada pelos cabelos. Quero que enxergue meu centro, a minha fome. Não só o meu corpo com seus olhos de homem.

Quero que aceite minha mulher selvagem, minhas mulheres coloridas e as cinzas também. Que esteja nos meus dias de glória, nas derrotas, que lamba minhas feridas, minhas entranhas...

Que fique comigo, e, que saiba me deixar comigo. Porque preciso de mim. Preciso do eu e não só do nós.

Carolina Salcides em Sexta-feira, Julho 14, 2006

Carolina Salcides
Enviado por Carolina Salcides em 22/09/2007
Código do texto: T663008