Arremate da dor

Se amanhã a lua desse um beijo no sol pela manhã e se enchesse de alegria ao encontrar uma luz que se compare à sua, na totalidade, sem ser apenas reflexo, talvez se sentisse melhor.

Se amanhã todos os pássaros que neutralizam a natureza com a sua beleza estonteante, se envolvessem em pensamentos de liberdade e quebrassem todas as algemas que os aprisionam, talvez fosse libertada.

Se todas as rosas que moram em seu quintal despontassem alegres e felizes num espetáculo único de beleza de cores diversificadas e de pureza, talvez visse o quanto a natureza fala.

Se todos os músicos, em sintonia, tocassem uma canção de paz e amor entre os homens, talvez ouvisse o som da verdade ecoando os quatro cantos.

Se as cores se revoltassem e se juntassem numa guerrilha contra a escuridão, talvez sentisse a presença do arco-íris.

Se somente as crianças falassem de amor, talvez tivesse conhecido a sua veracidade.

Se as mãos que tocam a pele chegassem até o coração, talvez não fosse preciso um aquecedor.

Se o mar que é sublime se revoltasse e contra os inimigos lançasse suas armas, talvez seja por isso que vive embalando navios, brutalizando as ondas e causando a dor (limites).

Esqueceram todas as luzes apagadas.
Fecharam as portas.
Colocaram trancas nas janelas.
Tiraram seus pés do chão 
Perdeu o sono.
Chorou.
Mas mesmo estando só,
não deprimiu
Acabou essa agonia!
Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 30/04/2019
Reeditado em 30/04/2019
Código do texto: T6635764
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