A Rosa Verde

A porta, o parque, os raios de sol... Eu sempre tive tudo. O tudo era a alma simples, acredito que todos tenham, até mesmo o gigante jequitibá-rosa que em suas viagens astrais sai pelas pontas dos galhos em sua essência e paz, coisas que talvez algumas pessoas tenham perdido em vida.

Olhando de onde estou agora, acho paradisíaco tudo ao meu redor e também posso viajar quando anseio o esplendor do sol sumindo no horizonte.

Da insfância, tinha adubo nos pés e os cabelos lisos. A vida era doce, eu também; mal sabia que o doce pode ser amargo sob o céu - algumas vezes. Bom, mas eu haveria de plantar hibiscos ao redor de mim para refrescar-me nos dias de sol, e ao anoitecer, contar carneirinhos no sereno enquanto todo o amargor permanecesse em meus lábios.

Sempre contei estrelas, então, que bom poder contar as horas que restavam para eu amadurecer e poder ver minhas pétalas brancas, rosas; ou vermelhas... Sei lá qual seria a cor, mas seria de cor bonita como em toda flor

Gostava de observar as pessoas, especialmente as idosas, elas têm brilho diferente nos olhos e alguns acabam renascendo à iluminação através deste brilho. Adquiri uma certa maturidade ainda impúbere graças a elas com seus olhos reluzentes a me apontarem o rosto p'ros raios do sol. Elas tinham flores em seus jardins e plantavam vida nas palmas das mãos das crianças, eu sabia e podia ver! Certas atitudes me emocionam muito e apesar da ignorância de alguns... Não os culpo com relação a isso , entendo que alguns arbustos devem ser podados em épocas propícias, e isso vale também para outros seres vivos.

Hoje vejo os que passam olhar-me com perplexidade e ao mesmo tempo com admiração, pois apesar dos cabelos grisalhos minhas pétalas ainda são verdes.

Corina Sátiro
Enviado por Corina Sátiro em 03/05/2019
Reeditado em 10/05/2019
Código do texto: T6638401
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