Depois da Guerra II- O Caminho do Retorno 11

Nem tanto pelo corpo físico, ou pela devoção, muito menos exclusivamente pelo caminho do mago, no estudo das verdades universais. George propõe o Quarto Caminho para a busca do autoconhecimento, aquele que a vontade desperta, busca administrar e destacar o melhor dos três anteriores.Serviu àqueles, cansados de levar cabeçadas, de viver na lama interna, o desafio do atuar como observador de si mesmos no confronto diário com o mundo. Vendo-se, observando-se, observando-se...

No filme “O Senhor da Carruagem”, Gurdjieff é sentido no que queria alcançar no seu método. É percebível o funcionamento do ego, e a dispersão dos eus, dissonantes com a essência, o Senhor, o Self.

A arte cinematográfica, pelos bonecos, personagens da trama, expõe o trabalho inglório do ego, e sua derrota dirigida, autorizada pela vontade consciente daquele que desperta para o retorno à essência, culminando na vitória e cessar da guerra, o desmantelamento do ego e Resgate do direito do Senhor do interior de assumir o seu lugar na vida, tornando Uno com a carruagem, o cocheiro, e o cavalo.

Como bom entendedor do mundo interior, George esbarra na Índia Antiga, toma conhecimento elementar a dar sentido à sua ótica. Expressa em forma de um drama, toda trajetória que a consciência percorre para reencontrar com o Eu, resgatando o ser a condição de Filho de Deus, Senhor da carruagem.

O chamado Filho, atravessa o céu com uma carruagem puxada por cavalos com asas.

De acordo com a tradição antiga, o homem contém dentro de si, o filho, os Planetas, o Universo inteiro. Comparavam a estrutura do homem a estrutura de uma carruagem.

Somente o Eu interior, como Senhor da carruagem, conhece o objetivo da jornada da vida.

Nesta metáfora, a carruagem representa o corpo humano, o cavalo representa as emoções e os sentimentos, o condutor, ou o cocheiro, representa a mente.

Somente o Senhor, localizado dentro da carruagem, conhece o objetivo da jornada. Mas em muitos caso, este Senhor não está presente, foi substituído por um grupo de pequenos senhores.

O condutor e o cavalo possuem línguas muito diferentes, e não podem se entenderem, daí a incongruência e diversidade de eus que zunem no interior , mandos e desmandos gerando incertezas, e toda sorte de condutas psicológicas negativas.

E neste teatro sombrio, a mente, o cocheiro, continua no “se achar”, acreditando ter o saber, da ciência, da filosofia, da religião, no “ eu me amo”, “ eu sei tudo”.

Sobretudo, a sensação de incompletude persegue o que dorme, tentando a todo momento afirmar e negar o que pensa, o encontro consigo mesmo, o sentido e as respostas para as perguntas: O que sou? Porque estou aqui? Para onde irei? De onde vim? As palavras: Meu cavalo? Minha carruagem?...o que fazer?

A guerra continua nos dias, nos anos...indagando aquele que pensa: eu realmente tenho um Senhor?

Márcia Maria Anaga
Enviado por Márcia Maria Anaga em 07/06/2019
Código do texto: T6667377
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