Entre Corações e Medalhas.

Desde os primórdios da humanidade o homem é um caçador implacável e um sobrevivente nato. Superou eras e trevas, travou batalhas épicas, venceu doenças, tragédias, dores terríveis e inclusive a morte ao prolongar durante sua evolução seu tempo de vida. O homem é ao mesmo tempo o veneno e o antídoto, o câncer ou a cura do mundo, o único a ter o discernimento de si mesmo e fazer uso do livre arbítrio. Matam-se na maior parte das vezes pela ganância, pela ânsia do poder, no fervor dos nervos exaltados. Todos querem ter razão. Eis a lógica da ilusão e o princípio da discussão.

Um homem pode alcançar o nível máximo de seus desejos e sonhos mais sinceros, sair de um vilarejo afundado em Planaltina ou de um soterrado no Morro dos Ventos Uivantes e de repente se ver no Alentejo, laureado pelas maiores glórias que um homem possa almejar, lendo Fernando Pessoa e tomando um cabernet savignon, ou mesmo na Sicilia dialogando com Marco Aurélio ou Cláudia Cardinalle, ou, quem sabe, sob os auspícios do rei na aconchegante e bucólica Pasargada de Manuel Bandeira, mas, cá entre nós, se o sujeito não mantever a humildade, não vale o sal do batismo ou sequer uma cibalena vencida, ou seja, é quase um nada!

No peito o que bate é um coração, e não as medalhas.

SAvok

Cristiano Covas
Enviado por Cristiano Covas em 09/06/2019
Código do texto: T6669114
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