Santo de barro, até uma goteira desmancha

E quando o santo é de barro? E quando o castelo é de areia? E quando o edifício que se julgava inabalável, com o tempo se descobre que tanto o alicerce, quanto suas vigas eram de gesso? Tudo isso, mais a constatação de que seus idealizadores eram movidos por sentimentos, em tudo e a todo momento, vis e contrários às boas e esperadas práticas da segurança. Que a construção, embora, esperada por muitos como a mais sólida obra que inaugurava um novo tempo. Quando, apoiado por todos os meios e matizes, o povo, embasbacado, olhava, dia a dia - e anunciado por canais "informativos" - via a rígida torre se erguer na planície. Tudo se ruiu. Tudo se desfez ao se constatar que os engenheiros de tamanha maravilha, moviam-se por escombros mais que suspeitos, mais que sonegadores de higidez ética. Enfim, tudo se mostrou frágil. Assim, não nos deve assustar que o santo, o castelo e o edifício desmoronaram tão logo ventos novos se apresentassem no horizonte. Assim o rei se mostrou nú. Como na anedota já conhecida e encenada há muito tempo. Só nos resta esperar a cortina encerrar o espetáculo.