Caminhando no tempo, voando entre rabiscos, vi grandes borraduras, linhas entrecortadas, cruzadas, pontos apagados, vi céus e horizontes desaparecidos. Vi que habitava continentes com linhas malvadas que cruzavam espaços e destruiam continuidades. Assim vi a figura desaparecer do meu plano, nós que figuravamos lado lado na composição do nosso tempo. Perdeu-se o rosto, perdeu-se a face ensolarada e o novelo desbotou. Nao reconheci mais a sua figura. Mas ao ouvir um discurso o reconheci pela sua voz . E de repente ele se fazia presente pelo seu timbre, pelas entonaçoes, e senti que todo ele era apenas um som, incondionalmente presença não sujeita ao mesmo tempo que um ponto fugaz  ....Até onde nos levam os mudos rabiscos na incondicional escritura e oitiva?! ....Agora realmente eu o via, seu rosto não era mais o mesmo, o tempo com sua ferrugem o corroera mas, podia vê-lo por inteiro pela sua voz...o reconheceria na multidão...

(Essa historia pertence a dois jovens que nas escadarias da mesma faculdade um dia sonharam juntos)