Invernos

Chove, e o vento açoita a parede nua. O cinza cobre e se mistura à paisagem; se enrola nela. E o frio - pobre de suas vítimas - faz-se prensa hidráulica, quebrando resistência e ossos. Um rasgo de luz no alto da montanha mais parece uma sobra de fogo, agora tênue borrão das brasas que um dia creditaram em fogo audaz. E assim se vai uma tarde entorpecida da geada que lá fora, e cada dentro fazem o dia pesar.