"Suicidal, same time I'm tame"

olho a minha imagem projetada naquele pequeno espelho, na penumbra. levo a mão ao interruptor de luz. não sei mais o que sou, se é que um dia soube. se é que existe de fato uma mísera resposta. sinto minha cabeça corroendo, é quase como se meu cérebro estivesse flutuando dentro da minha cabeça, e se movimentando de forma voraz e masoquista. algo mudou drasticamente nas minhas crises, e isso me assusta. é quase como em cenas de filmes de terror, em que tudo fica calmo, em silêncio, e isso incomoda de uma forma absurda.

tentei explicar o que sinto, mas é como se não houvessem palavras no dicionário pra isso, é como se não pudesse ser dito, quase como se não existisse fora da minha cabeça. uma verdade somente minha.

uma frase me marcou nesses 2 últimos meses “Suicidal, same time I'm tame”. não consigo lembrar onde ou como ouvi ela, mas pensei em frente ao espelho “suicidal”.

levo novamente a mão ao interruptor e ando em direção a cozinha, com meus pés exausto se arrastando no chão pisado por outros. a fome some quando piso na cozinha, retorno para o quarto, e a cama me chama. vejo aquele filete de luz que se atreve através da cortina azul. “azul”. sorrio de forma irônica. se livrando de uma crise conhecida pra entrar em um inferno sem fim, com uma dor esquisita. nada compreendida. “Suicidal,

same

time

I'm

tame”

deixo o corpo cair na cama, mas penso que queria cair pela janela.