cruel

meu corpo pesa demais

e minha garganta fecha gradualmente

com as palavras não ditas

entupindo as vias respiratórias

e o meu sangue escuro

que parece endurecer com o tempo

com as minhas falhas

e dores

as vezes sinto vontade de fazer um furo

e ver se tudo escorre por ele

se o sangue se esvai

e a dor também

se não furos

duas linhas em cada punho

duas linhas em casa pulso

até que pare de pulsar

a coragem é o que me falta

passo cada dia esperando o momento certo

o segundo exato

e aquele milésimo em um piscar de olhos

com a tomada de uma decisão

peço desculpas a eu mesma

pois sou bruta

injusta

e cruel comigo mesma

caroltell
Enviado por caroltell em 12/08/2019
Código do texto: T6718528
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