Caminhos do tempo

Cores do crepúsculo se entretêm nos horizontes esperando a noite desprender-se das alturas. Tempo parece cadeira de balanço na varanda, ouvindo saudades que acontecem todos os dias. Vida é fragmentada em viveres e esperas com tantas incertezas. Murais da existência exibem prantos e sorrisos, méritos e quedas, porque são coisas, que a arte de viver retira das provas e antíteses que se apresentam a cada instante.

Quem só se faz arrebol, não anoitece para sentir estrelas e descansar, renovando forças para a manhã que despontará novamente. A capacidade de realizar-se depende unicamente da audácia de se tentar o melhor a cada dia. Mente é solo fértil, mas precisa ser regada para exultar beleza.

A noite vem descendo com seus trajes longos de um negrume intenso. No infinito ficam as estrelas aplaudindo em brilho, a descida fenomenal sobre a terra. As cidades se vestem de luzes; As pessoas se apressam, irão se vestirem de casas. São horas mornas, da boca da noite mastigando cansaços. Nos campos, brandura do fim da lida; Mais um dia vencido, o luar namora o telhado, e este encanta com a mesa do jantar e a família reunida, seja na maior simplicidade. Irão dormir mais tarde em redes de sonhos.

E assim acontece a noite, arrastando véus pelos caminhos marcados do amanhecer, onde os rastros mais recentes são da tarde e das cores do ocaso, que se entretiveram nos horizontes.

Takinho
Enviado por Takinho em 26/08/2019
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T6729611
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